São Petesburgo, 9 de fevereiro de 1881
No tato mal feito das mãos que sangram
No tato mal feito das mãos que sangram
Trago o presente do velho corvo, repulsivo e nojento.
Tantos foram os gritos que evaporaram
frente à bruma etérea de nossos hálitos noturnos.
Noites decadentes.Valas abertas.
Trages finos sem pele.
Restam garrafas e corações vazios
quebrados e já sem artérias.
quebrados e já sem artérias.
Passos na escuridão
vagabundando as 3h da madrugada
vagabundando as 3h da madrugada
distantes do sol, pervertindo a lua.
Perversa lua cheia, que transformou pra sempre
aqueles homens em lobos.
Não raptarei donzelas.
Há uma quietude muito triste nas coisas planejadas.
Desde meus amores abandonados na lama
até a dor pulmonar de não ter conseguido
tornar-me sequer um inseto.
Sujo e rastejante
repouso eu, sem culpa.
l.fontel.
à Fiodor