domingo, 17 de março de 2013

Redondilha maior
(que de redondilha não tem nada)



Meus pensamentos nascem
no quadrado deste apartamento
mas morrem, alucinados
na rua alagada la de baixo.

A mochila com estampa do Iron
carrega livros de Karl e Engels
os All Stars sujos de terra
pisam salas de PhD's.

Os mesmos olhos que inundaram-se
na partida do Errado que deu Certo
magnificaram-se no epílogo fantástico
do desfecho infeliz da obra de Victor Hugo.

A roupa mandada à seleta lavanderia
transitou a fumaça de libertas ideologias.
As narinas que queimaram dormentes no canudo
tambem trouxeram aos pulmoes poeira de bibliotecas.

E o STI que cospe Violent Pornography, do System
tambem traz Mozart maravilhosamente divino
num do ré mi de mundos segregados
que não cabem em meu inútil violão.

Nada cabe aliás, em um mundo só
é preciso que sempre se estabeleça
assa química, pitoresca e ufóloga divisão:

do estático e o movimento
a rua e a biblioteca
a Fontel e a licença poética.

L.Fontel

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