domingo, 17 de março de 2013

Velha Teoria,,.

Desgastada essa tola vertente
inerte, arcaica, epitáfia
tombando no tempo
grotesca, passada, inválida.

Velho pensador europeu
que já nao se aplica
torpes pergaminhos amarelos
sujos, ultrapassados, amargos.

Dolorosa é a libertaçao verbal
Cansativo o desprendimento
Opta-se por vezes a ditadura do dito
pela preguiça de revolucionar.

L.Fontel
Redondilha maior
(que de redondilha não tem nada)



Meus pensamentos nascem
no quadrado deste apartamento
mas morrem, alucinados
na rua alagada la de baixo.

A mochila com estampa do Iron
carrega livros de Karl e Engels
os All Stars sujos de terra
pisam salas de PhD's.

Os mesmos olhos que inundaram-se
na partida do Errado que deu Certo
magnificaram-se no epílogo fantástico
do desfecho infeliz da obra de Victor Hugo.

A roupa mandada à seleta lavanderia
transitou a fumaça de libertas ideologias.
As narinas que queimaram dormentes no canudo
tambem trouxeram aos pulmoes poeira de bibliotecas.

E o STI que cospe Violent Pornography, do System
tambem traz Mozart maravilhosamente divino
num do ré mi de mundos segregados
que não cabem em meu inútil violão.

Nada cabe aliás, em um mundo só
é preciso que sempre se estabeleça
assa química, pitoresca e ufóloga divisão:

do estático e o movimento
a rua e a biblioteca
a Fontel e a licença poética.

L.Fontel

domingo, 10 de março de 2013

Funcional

Do galego-português
da licenciatura
até uma gíria nascida ontem
da rua sem asfalto

codifico meus instáveis sentimentos
cultos, vagabundos
analfabetos afinal.



Em Capanema

Mia Couto convidou-me
para olhar o mar
a areia e o chão de Moçambique.
Saramago ciumento
disse-me que nos livros
e nos bondes de Lisboa
poderia encontrar muito mais.
Por ora, opto por limitar-me
as aulas lusófonas e multimídia
das manhãs com o professor Hadson.