Pluvial

Cinco notas, um resultado
uma dança louca, santa
sob a chuva musical
ela dança, intensa sepulcral
e morre quando chega o sol.

seus raios a queimam, vampira
a derretem, no ritmo
sucumbe a moça espectro
desmancha a paixão mortal.

Beta a voar, a sonhar, a cair
ela não é o que nós pensávamos
é mais estável que todos nós.

Ao amigo Rimbaud, um plágio de presente.

Ele foi desmascarado! Onde? No gueto capanemense. É o asfalto cru unido à poesia morta. Meus versos fundidos, obedeceran a tua profecia. Com amigos amorosos e amores despedaçados. Porque ele me lampeja de velas vermelhas derretendo. De danças loucas, santas, mas de encantamento vão. Perdeu a pureza, estático e flácido, ente e querido, pendendo das trevas...Que chegue a aurora, vestida de ponteiros de velho relógio, atrasando o ciclo pervertido da vida. Ele foi desmascarado! Onde? No gueto capanemense. É o asfalto cru unido à poesia morta.

l.f.

Carregado de Adjetivos

Esta noite, no quadrado estúpido e fúnebre do meu paralítico apartamento, tridestilei uma vodka pura, rodeada de sentimentos baratos e torpes. E pensei nele, em nossa melancólica discórdia, em nosso suor febril. Não mais o amo, como Garret, não mais me deleito de tristes lágrimas por sua ausência, mas querê-lo, acho que será eterno, imortal, porque querer vem do corpo e amar vem d'alma...e eu garota desalmada queria mesmo é que também se pudesse tridestilar, de maneira escura, esse conjunto pesaroso de intensas e cruéis vontades dele, a ele toda minha fome, a ele todo o meu nem querer...!

De tempo

Historiopatia levada a cavalo
Computadores flácidos, identidade Bourne
Mutiladas palavras binárias, ilárias
Pixels coloridos, desenhando teu rosto.

Nossas cartas de amor paridas no word
Robôs fantásticos, tiros no ciberespaço
Blade Runner, Matrix esverdeada
Isso ainda não é memória, são tudo nuvens

Nuvens de chuva ou de gafanhotos de metal, anunciando apocalipse

O apoColapso de nossos corações de plástico...